domingo, 12 de dezembro de 2010

Familia

Estive a rever a prenda que ofereci o ano passado ao meu pai, no dia do pai. Foi das prendas mais sentidas e esforçadas que lhe ofereci até hoje e a minha maior demonstração de amor. Nunca esperei é que a mesma, mais tarde, se revelasse uma segunda demonstração de amor para mim própria.


O ano passado resolvi organizar todas as fotos existentes e fazer um filme intitulado “Memórias de uma vida”.
Quando faço algo, sou perfeccionista. Portanto, vi e revi as fotos vezes sem conta para enquadrá-las na época certa, no sitio certo, com a música certa. Resumindo, olhei para as fotos (a grande maioria já conhecida desde a infância, outras actuais mas vistas e revistas até à exaustão), centenas de vezes, para agora chegar à conclusão que olhei para todas sem as ver. Falando metaforicamente, estive cega até hoje.

Sim, porque hoje finalmente, revi o filme duas vezes com olhos de ver, para interiorizar bem a mensagem que ele transmite nas entrelinhas (inconscientemente colocada por mim) e que escapa aos mais desatentos (eu incluída)

O filme é longo, começa na infância do meu pai, o namoro e casamento com a minha mãe, o meu nascimento, o nascimento do meu irmão, o luto do meu pai após o falecimento da minha mãe, o casamento com a minha madrasta, o meu marido, o nascimento do meu filho e a convivência com os “avós”.

Como já frisei a história é longa. Mas só hoje reparei que independentemente da época e das diferenças, há sempre algo igual e que nunca muda ao longo de todo o filme. O amor da família.
Não há uma única foto que revele frete, ansiedade ou mau estar. Em todas há um ar de bem estar e amor impossíveis de fingir.

Independentemente de tudo o que já passamos e ultrapassamos, fiquei com a certeza de ter uma família que se ama de uma forma incondicional. E o engraçado é que inadvertidamente, fui eu que acabei por construir o caminho, que me levou a ver essa verdade, da qual cheguei a duvidar em tempos.


PS: As fotografias do meu filho com o meu pai (avô) e/ou a minha madrasta (avó do coração e melhor que certas avós verdadeiras que já conheci) são mesmo uma coisa proibida a diabéticos, tais são os níveis de doçura.

9 comentários:

  1. Sim senhora minha amiga bem escrito, mas sabes que tambem tens amigos.

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  2. Oh Belladonna! Não te sabia com uma perda tão grande... mas de qualquer maneira tens das melhores coisas do mundo, o amor da tua familia de origem e da tua própria familia que criaste! E isso é tão bommm!

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  3. Querida Belladonna
    Estou completamente lavada em lágimas, porque sempre dei muito valor à minha família, já perdi o meu pai à muitos anos,mas que amo muito, minha mãe ainda è viva embora me abandonasse tinha eu 8 anitos, mas convivo com ela, casei com 16 anitos e encontrei uma verdadeira mãe a minha sogra que se amamos mutuamente mãe do meu falecido marido. Querida os sentimentos não se inventam existem ou não. Hoje reforcei a imagem que tinha de ti tu és uma mulher muito bonita acredita. Parabéns pelo post.
    Beijinho

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  4. Belladonna,

    lindo este texto!:)
    Que bom é ter familia e conseguir "crescer" na vida...:)

    Beijinhos e continua assim

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  5. No fim é de facto a família. Lamento ter descoberto isso tarde.

    Ternurento o teu P.S...De derreter uma pedra...

    Respira-se amor aqui. Gosto.

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  6. Tão bonito...tal qual tu és!
    Beijinhos

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  7. Que texto tão bonito e sentido! É bom quando mostramos o nosso amor às pessoas, isso acaba sempre, seja de que forma for, por voltar para nós. Beijinho :)

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  8. Que texto tão lindo!
    Parabéns pelo teu coração e amor de família,eu também me posso gabar que tive e tenho uma família unida,também fiz um filme num quadro numérico com todo o resumo.
    Parabéns a todas as pessoas que se sabem adaptar,amar,sobretudo aqueles que a família é reconstruida,tocou-me o teu caso e o da Flor de jasmim.Desculpa de tratar por (tu) porque deves ter idade dos meus filhos,eu já sou velhota.
    Beijinhos.

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  9. bela eu vi o filme!!! porque o teu pai ficou tao babado que quando chegou ao algarve mostrou a todos!! e eu adorei mostrou que quais sejam as ocasiões o que interesa é o amor que une uma familia.

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