domingo, 31 de outubro de 2010

Desabafo

Carregar os segredos alheios, por vezes torna-se um fardo demasiado pesado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Limpinho

Situação resolvida. Muuuuuuuiiiiiiiiito obrigada MAG.

Socorro

Como posso livrar-me de um seguidor indesejado? Ajudem-me por favor.
Estou irritada e indignada. Que lata a desta gente vir para aqui seguir-me com imagens nojentas no perfil. Ai que nervos, senhores.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O que se lê por estas bandas

Estou a ler este e estou a adorar.


E logo, logo a seguir já está este à espera para ser lido.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Já passou e muito bem

E pronto, lá se passou mais um aniversário. Felizmente, porque é uma altura que me deixa nostálgica e deprimida. De há uns anos para cá deixei de ter vontade de o comemorar, não encontro razões para tal.  E agora vêm vocês dizer: Ah e tal, mal agradecida, deves sempre comemorar o facto de estares viva. Uma porra, não preciso de um dia por ano para agradecer os meus batimentos cardíacos, isso faço eu todos os dias quando o despertador toca, ponho os pés fora da cama e penso:  Ok. estou a sentir-me, portanto, aleluia Senhor e obrigada por mais um dia no reino dos vivos. Até porque nos últimos anos tenho passado o dia de aniversário armada em mula, ele é um limpa, aspira, esfrega, lava, faz comida, serve e por aí adiante. Este ano tive a pretensão de ser diferente, mas como não quis fugir muito à tradição (não fosse o pessoal estranhar)  voltei pelo menos a ser mula, mas uma mula das espertas. Um dia inteiro refastelada no sofá num dolce far niente maravilhoso. E agora??? Digam o que disserem, para mim este foi um dia de aniversário como se quer. Gaja que é gaja só deseja ver passar rapidamente, as resmas de roupa por passar a ferro ou a loiça por lavar, agora os anos!? Oh, meus amigos, esses são para congelar e esquecer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Obrigada

Muito obrigada a todos aqueles que por aqui passaram e me desejaram um Feliz Aniversário.
Beijocas grandes para todos:)

domingo, 24 de outubro de 2010

Mais um


Pois é, mais um para a colecção. Estou a ficar velha e os gajos (anos) sem piedade, continuam a passar por mim cada vez com mais rapidez.
Porra, porra, porra...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Momento de reflexão

"Nesta vida, somos todos putas, a única diferença é que uns engolem e outros cospem"

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Rewind

Este post é dedicado à minha amiga DW, que tem andado com um olhito inchado e acha que estas coisas só lhe acontecem a ela.
Este é um post antigo, mas aqui fica novamente para todos aqueles que não o leram. Divirtam-se. Esta sou eu.

Sexta-feira, 30 de Abril de 2010




A vida não é justa



Sou uma acérrima defensora, de que cada um é como cada qual, e cada qual deve fazer as coisas da maneira que mais lhe aprouver. Só que esta teoria passada á prática ás vezes dá merda.



Senão vejamos. Há coisa de um mês e meio atrás, aqui a je, depara-se com três degraus para descer e pensa de si para si. Porra, cada um desce as escadas como quer, bora lá hoje experimentar de cabeça.(Não recomendo, aliás, desaconselho seriamente).O resultado imediato, para além da dor aguda que nos deixa aparvalhados, é o despontar imediato de um "ovo" gigante na testa. Sim um "ovo", não me venham cá com a história do "galo", porque para mim galo é aquilo que ainda está para vir mais tarde. (Certamente nascido do ovo). Mas pronto, nós entramos naquela, ah., e tal, tá-se bem, isto passa e amanhã já estou como nova.Ah., pois é. No dia a seguir ao acordar apercebemo-nos logo de algo errado, quando o olhito por baixo do "ovo" se recusa a abrir da forma habitual.Corremos para o espelho mais próximo e... Tcharan..., aí sim, chega o 1º Galo em forma de New Look, muito fashion agora que os anos 70/80 estão a querer voltar. Rocky Balboa no seu melhor, olho já muito inchado e a tomar uma tonalidade que promete acabar entre o roxo e o azul escuro. A seguir começam as quebras de tensão, o que até é lógico, uma gaja olha para o espelho e depara-se com um pugilista, não há coraçãozinho que aguente. 2º Galo, temos de acordar o nosso gajo e admitir-mos que afinal não nos sentimos bem e precisamos que ele nos leve ao hospital. 3º Galo, urgências do hospital. Assim que tiramos os óculos escuros das trombas, o médico faz logo aquele ar "Então querida, o gajo chegou-te a roupa ao pêlo!?".  4º Galo, ficamos com a certeza que estamos imprópias para circular na via pública, portanto próxima paragem Centro de Saúde, para pedinchar baixa.(o sonho de alguns é o pesadelo de outros). E que pesadelo, aqui a euzinha, que sempre se gabou de nunca ter metido uma baixa em vinte anos de trabalho (Sim porque para mim, baixa de parto não é baixa, ninguém está doente, portanto para mim é uma licença para cuidar e curtir o novo ser vivo que veio ao mundo. Porque eu não me acho a mãe do Jean-Baptiste Grenouille, como tal, não me estou a imaginar a parir no local de trabalho, a cortar o cordão umbilical com os dentes, a atirar o puto para debaixo da secretária e a continuar a "vender o meu peixe" como se nada fosse. É por isto que nós precisamos de nos ausentar. Mas ninguém está doente. Capisce!?)



Devaneios á parte, aqui a gabarolas que dizia só pedir baixa se algum dia partisse as duas pernas e não consegui-se andar. Vê-se de repente na fila do Centro de Saúde a suplicar uma consulta, a ter de tirar os óculos para explicar á administrativa o porquê da urgência, a apanhar outra vez com aquele ar "AH., tou a ver, a querida levou no focinho!".  A divertir-me imenso, portanto.



Lá consegui a consulta, a srª drª, até era simpática, mas claro que para o meu lado estas coisas raramente acabam bem. E a confusão começa quando a drª me dá um papelito extra, que ela própria não sabe bem para que serve, mas se calhar no meu caso até não serve para nada. E eu Ok. está bem, guardo o papelito e esqueço-me dele.



E aqui apresenta-se o 5º e maior dos Galos. Passadas umas duas semanitas, sou contactada pela empresa, que me informa da impossibilidade de pagamento da minha baixa, porque esta não foi devidamente justificada na Seg. Social. As doenças directas (vulgo acidentes), têm de ser justificadas (adivinhem),com aquele maldito papelucho que vinha junto á declaração de baixa, mas que ninguém sabe ao certo para que serve.



Felizmente, eu sou uma acumuladora de lixo, guardadora eterna de todo e qualquer papelucho que me venha parar ás mãos. Senão, penso que estaria fornicada para todo o sempre, assim só estou fornicada durante um mês.



E então lá vou eu a correr perder uma manhã na Seg. Social, para entregar o referido papelucho, e sou brindada com um, temos pena mas este mês já nada feito. Porque entre eu entregar o papelucho e ele seguir as burocracias kafkianas necessárias até entrar no sistema informático, criam-se vales de distância. Portanto lamentamos imenso, mas adeus e aguenta até ao próximo mês, porque este já foi pr'á boca. Toma lá menos 1/4 do ordenado, sorri porque a vida é bela e pensa que antes isto do que partir as duas pernas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Momento de Reflexão

"Na vida, nem tudo é completamente errado, até um relógio parado, marca a hora certa duas vezes ao dia".

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Outro Selinho


Mais um, eu não digo que vocês me estragam com mimos!? Aí estragam, estragam.
E já é o segundo oferecido por esta menina. Obrigada, minha querida.

Mas esta oferta tem três condições:


1. Responder às perguntas.


-> Preferes:

a- Anjo ou Demónio?

b-Café ou chá preto?

c- O Exorcista ou O Drácula?


-> Achas que as pessoas tem sempre um pouco de obscuro e misterioso, ou é apenas neura?


-> Tens, realmente, Darkness Within?



2. Fazer um comentário sobre o blog/pessoa que to ofereceu.


3. Oferecê-lo a outros blogs.

Então vamos lá:

1. Adoro anjos, mas tenho os meus dias de demónio; sou viciada em café e fã do Exorcista.

  . De obscuro, de neurótico e de louco todos temos um pouco. Tem dias...
  . Eu à vezes tenho dias de escuridão total... mas estou sempre á procura da luz ao fundo do túnel...

2.  A £ll e o seu blog têm mesmo darkness within, mas a £ll parece-me uma miúda muito simpática e com um verdadeiro sentido de justiça, mas um pouco sofrida e ressentida com o mundo... Bora lá procurar também a luz ao fundo do túnel ;)

3. Como não sou muito boa a fazer escolhas, ofereço o selinho a todos os que o quiserem levar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Mais um selinho



Ena pá, outro selinho? E em tão curto espaço de tempo!? Desta forma vão estragar-me com mimos, qualquer dia irrompo por esta blogosfera adentro de nariz empinado e ar arrogante a achar que sou bué da boa. À pois é e a culpa é toda vossa.
Desta vez o miminho foi-me oferecido por esta menina, que é uma simpatia e tem um blog tão simpático como ela. Obrigada por te lembrares de mim minha querida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Querem ver que é sexta-feira treze e eu não me lembro

Hoje é dia de gado bovino, de duas patas pois tá claro. De vez em quando isto acontece, não sei qual a explicação para este fenómeno, mas deve haver dias específicos em que é aberta a porta de uma qualquer arena e eles saem desembolados com os cornos no ar, a marrar com tudo o que apanham pela frente. Estou a tentar encarar a coisa na desportiva, com algum bom humor, mas dentro de mim está a crescer uma lava incandescente que ameaça jorrar a qualquer instante. E nestas alturas eu fico com medo, muito medo, estamos a atravessar uma grave crise financeira e não convém passar ao estatuto de desempregada, mas o meu cérebro anda a ficar exausto de tanto controlar a minha boca e se ele num destes dias resolve desistir, está tudo tramado.


1º cliente da manhã: Entra tempestuosamente com uma melodiosa frase matinal “Ouça lá, há imenso tempo que estou a tentar enfiar o cartão na ranhura para o carregar e a merda das máquinas não o reconhecem”. É pá, quando eles entram assim fofos e educados logo pela fresquinha, começam imediatamente a ganhar pontos. Pergunto-lhe se eventualmente não estará a introduzir o cartão na ranhura errada, ao que me responde com descrença “Ouça, eu sei o que é uma ranhura”, pois claro que sabe. Levanto-me solícita e acompanho o senhor a uma máquina onde introduzo o cartão. Fica a olhar com aquele ar de criança que é apanhada com a mão na lata das bolachas e balbucia “Ah. Era nessa”. Pois meu querido, era nesta, a outra é para cartões multibanco conforme especificado. E agora aqui só para nós que ninguém nos ouve, o senhor é gay não é!? Não é por nada, mas afinal o seu conhecimento de ranhuras fica um pouco aquém do desejado.

2º cliente: Entra também ele de forma tempestuosa, completamente histérico. “Venho reclamar do vosso serviço de merda palavra favorita do dia. Deixei uma situação para analisar há três semanas, disseram-me que teria a resposta em cinco dias no máximo e até hoje nada. Andam a brincar com o dinheiro dos clientes, essa é que é essa, roubam um bocadinho a um, um bocadinho a outro e vão enriquecendo ás nossas custas”. Deixei-o falar até à exaustão e quando finalmente terminou, perguntei-lhe o nome e calmamente fui buscar o processo, onde estão escrupulosamente anotadas todas as tentativas de contacto, dia e hora num total de vinte e uma chamadas não atendidas. Pois é meu querido, sabe o que é um telemóvel? É aquela porra que faz ring-ring e costuma ter um botão por baixo da palavra atender. Normalmente é usado como meio de comunicação, agora se o senhor o usa apenas no bolso das calças em modo vibratório, isso já é lá consigo, porque eu não sou rapariga para julgar ninguém.

E a coisa continua e promete continuar, já entreguei o livro de reclamações, para um desabafo completamente despropositado, já ouvi mais uns disparates nuns decibéis acima do normal e outros blábláblás de gente que se acha cheia de razão. Não sei se será falta de dinheiro, falta de sexo ou de qualquer outra coisa que eu agora não me lembre. Certo, certo é que hoje é um daqueles dias de “merda”, como tanto gostam de dizer os meus queridos clientes.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Momentos

Hoje, já na cama, depois da leitura da história escolhida, tive direito a um abraço apertado e longo, acompanhado de um beijo babado e um "Até amanhã, mamã fofinha". Ganhei o dia.
Nada melhor que um mimo dos nossos filhos, para nos alegrar a alma, aquecer o coração e fazer esquecer temporariamente os problemas da vida.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mais um selinho


Esta menina, acha que o meu blog é um reino fantástico, fiquei babada com este miminho.  Muito obrigada minha querida também tu e o teu blog são fantásticos. Um grande beijinho.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Intervalo para publicidade

Esta menina, já está em campanha de Natal. Visitem o blog que tem coisas muito giras e fofas e quiçá, encontrem aquela prenda que é a cara chapada de alguém que conhecem. E ainda podem participar no sorteio que está a decorrer e habilitarem-se a ganhar 25 trincas, não, não são daquelas trincas com os dentes, terão de passar por lá para perceberem.

domingo, 10 de outubro de 2010

Mais um selinho



Esta menina e esta menina, ofereceram-me este selinho por ter comentado os seus últimos posts.
Obrigada minhas queridas, gosto bastante dos vossos cantinhos, daí não resístir a comentá-los sempre que tenho oportunidade.
O selinho é muito giro e muito representativo da classe feminina. Também eu, como gaja que sou, adoro malas e sapatos. E boys of course.



sábado, 9 de outubro de 2010

pequenos, Grandes gestos

Costumo queixar-me do trabalho que é desgastante. Quem atende público sabe que não é fácil, há de tudo um pouco e por vezes torna-se difícil gerir os diversos tipos de personalidades. Mas nem tudo é mau no reino dos subterrâneos, se a grande maioria apresenta um feitio difícil, no meio deles também vão aparecendo aqueles que nos deixam com um sorriso nos lábios e recordações engraçadas e simpáticas, pela simplicidade dos seus pequenos gestos.

Há uns tempos, apareceu-me um cliente ucraniano enorme daqueles que metem respeito só de olhar . “Sénhora, precisa trocar passe, patrão mudou local de trabalho”. Pensei para com os meus botões «isto não vai correr bem». Apresentei-lhe a nova politica das empresas de transportes, em que as trocas foram abolidas em prol das anulações, com cobrança de uma taxa diária de utilização. Pediu para lhe fazer as contas do dinheiro a receber, o que eu fiz enquanto lhe lançava o mais simpático dos meus sorrisos e dizia umas larachas. Resumindo, ia fazendo o papel da palmadinha antes da injecção, para que esta não fosse tão dolorosa. Finalmente, quando o computador me deu o resultado final, eu transmiti-lho um pouco constrangida com a miséria do total a reembolsar e com a certeza que o sr. iria passar-se e cuspir-me num olho. Quando acabei de falar fiquei a observá-lo na expectativa da reacção com que iria brindar-me. Ele ficou a olhar para mim com aquele olhar alheado e pensativo de quem está a fazer contas de cabeça, eu sustive a respiração e esperei a bomba do costume «O quê? Estão a querer roubar-me...». Mas os segundos passavam e ele nada, até que de repente os olhitos ganharam um brilho de vida, a boca rasgou-se num sorriso e ele debitou: «Com esse dinheiro posso beber dez cérvejas».
Desatei a rir, realmente uma situação pode ser boa ou má consoante o ângulo de observação. Expirei finalmente com alívio, todo o ar que tinha estado a reter e brinquei: “«Beba só nove e deixe a outra para mim, também eu estou necessitada de uma cerveja». Os olhos deles abriram-se numa expressão de espanto e questionou-me: «Você gosta de cérveja?» ao que eu respondi descontraidamente «Claro que gosto». Continuamos a conversar, ele assinou os papéis da anulação, eu entreguei-lhe o dinheiro e quando se levantou para sair disse-me «Você foi muito simpática, eu vou trazer cérveja p’ra você». Aí, foi a minha vez da reacção de espanto,  expliquei-lhe que estava a brincar, que não queria cerveja nenhuma e mais, que é expressamente proibido beber no local de trabalho, ainda podia ser despedida. Ele riu e despediu-se com um grande «obrigado sénhora».
Eu continuei o meu trabalho e esqueci o Anatoly, era este o seu nome, mas por pouco tempo. Passados uns minutos ele volta a entrar gabinete adentro com um sorriso malandro estampado no rosto e entrega-me o mais discretamente possível, com um olhar cúmplice, aquilo que se via nitidamente ser uma garrafa dentro de um saco de papel pardo (gato escondido, com o rabo de fora), eu fiquei encavacada a olhar para ele e balbuciei a meia voz «eu disse que era brincadeira, não valia a pena». Ao que ele respondeu «E eu disse que trazia, vá aceita depressa p’ra ninguém ver» e eu lá agarrei na garrafa atabalhoadamente e escondi debaixo da secretária, perante o olhar divertido da cliente que estava sentada à minha frente. E o grande Anatoly, que tem um tamanho proporcional à simpatia, virou costas e saiu com um ar satisfeito, deixando-me também a mim com um sorriso nos lábios.
Foi um pequeno gesto, mas que encerrava dentro de si algo muito maior, pela sua simplicidade e desprendimento.
Um grande bem haja, para todos os Anatolys deste mundo.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tempestades em copos de água

O excesso de trabalho anda a pôr-me doida. Chego a casa todos os dias com um cansaço físico e psicológico  tão grande, que só me apetece deitar e dormir até 2011.  O tempo livre que me resta é quase nulo, entre o chegar a casa, jantar, arrumar a cozinha e organizar as coisas para o dia seguinte, olho para o relógio e são dez da noite. Está na hora de obrigar o piolhito a ir para a cama, tarefa difícil pois ainda não tive tempo de lhe prestar  a devida atenção.  Estou a tornar-me numa mãe ausente, que se materializa apenas para fazer cumprir tarefas desagradáveis. De manhã é o acordar á força quando apetece tanto dormir mais um bocadinho, lavar a cara, tomar o pequeno almoço, lavar os dentes, vestir e ala para a escola que se faz tarde. Vemo-nos durante meia hora. À noite é o mesmo fado, a mãe chega e passado um pouco é vestir o pijama, lavar os dentes e ir para a cama porque mais uma vez se faz tarde. Estamos sempre com os minutos contados para alguma coisa. Tempo de qualidade para nós é algo para esquecer. Ainda bem que existem fins de semana, senão corria o risco de quase me transformar numa perfeita desconhecida. Hoje senti isso na pele, chorei de tristeza e mágoa e às tantas de raiva pela vida injusta que nos obriga a transformarmo-nos naquilo que não queremos e mais tarde ainda com mais raiva por não conseguir parar de chorar. Só pensava, porra, deixa de ser lamechas porque não há necessidade, existem por aí pessoas com problemas gravíssimos a lutar pela vida sem deitarem uma lágrima. Qual é o teu problema!? Tempestades em copos de água!? E não é, que é exactamente esse o meu problema, provocado pelo cansaço certamente, mas não deixa de ser uma tempestade num copo de água. O meu filho está cada vez mais habituado ao pai. O pai vai buscá-lo á escola, passeia com ele, dá-lhe o jantar, dá-lhe banho e brinca até aqui a chata chegar.  Portanto hoje, ele decidiu no meio de uma birra chorosa, que quer que o pai o vá levar á escola todos os dias, porque é do pai que ele gosta. Com cinco anos ele não entende que o pai trabalha de noite e por isso precisa de descansar durante parte do dia. Até porque, como pai abriu algumas excepções durante as primeiras manhãs do novo ano escolar, pois a adaptação à nova escola tem sido um drama emocional, ele agora acha que isso é plausível de acontecer todos os dias. E isto até seria fantástico, porque é sempre agradável saber que eles se dão tão bem. Não fosse aquele sentimento de aperto que me encolhe o coração, por me sentir cada vez mais dispensável devido à minha ausência e ouvir aquele choroso "eu gosto mais do pai", até me podia deixar de tempestades e ficar só pelos copos de água. Pois é, poder até podia, mas não consigo...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Voyeurs?...Analfabetos?...

Costuma-se dizer que uma imagem vale mais que mil palavras. Estou tentada em acreditar que esta é uma grande verdade. Vejamos o exemplo Facebook/Blog. Criei uma página há uns tempos no afamado Facebook, após alguma insistência por parte de uma colega. Parece que na altura eu já era quase a única do meio que não aparecia no “in” Facebook, o que me tornava uma pessoa um pouco “out”. Garanto que desde o inicio nunca achei grande piada à coisa e continuo sem achar. A informação que lá coloquei a meu respeito é mínima, quase nula, mas aproveitei para colocar diversas fotos onde apareço principalmente no meio motard que costumo frequentar com diversos amigos desse mesmo meio. E não sei bem como, porque após criar a página deixei de lhe prestar atenção, mas tenho uma legião de amigos. Ele não pára de chover convites de todo o lado e mais algum. A grande maioria rejeitados, porque não compreendo o interesse, principalmente quando esse interesse parte do garanhão cujo perfil diz querer conhecer mulheres e já tem dois mil amigos, do sexo feminino, pois tá claro. Nos entretantos, lá fui aceitando outros que me despertaram a atenção por qualquer motivo, mas nunca mais actualizei a página que tem andado por aí a vaguear, certamente já cheia de teias de aranha. E qual não é o meu espanto, quando um destes dias resolvo olhar com olhos de ver para a dita cuja, a pensar que tinha para aí quinze ou vinte amigos e me deparo com setenta. Pois é, para algumas pessoas pode não parecer muito, mas para mim é uma multidão, porque tenho a página há meia dúzia de meses e costumo usar mais a tecla ignorar do que a tecla aceitar.


Aqui se levanta a minha questão. Vivemos nós num país de voyeurs, ou de analfabetos que preferem ver fotos porque ler dá muito trabalho?

domingo, 3 de outubro de 2010

A minha máxima favorita

"Um sorriso simpático, vale por todas as palavras do mundo"

Usem todos os dias, de manhã, à tarde e à noite e garanto-vos excelentes resultados na vossa vida em geral e na vossa auto-estima em particular.

sábado, 2 de outubro de 2010

Pessoas fantásticas

Esta menina, escreveu um post no dia 30/09, que mexeu com os meus sentimentos mais profundos e ao qual não consegui ficar indiferente.

 Esta é uma situação que observo no meu dia a dia e que nunca consegui contornar, porque sempre me alterou o sistema nervoso. Esta é a situação que obrigatoriamente me irá expor porque é uma situação à qual não consigo ficar indiferente. Esta é a situação que me fará pôr fim ao meu anonimato, porque eu pretendo que toda a gente conheça a realidade latente no ser humano que nos rodeia.


O post, em questão, veio precisamente de encontro ao meu do mesmo dia, que escrevi de uma forma enigmática para que cada um tirasse as suas ilações, sem entenderem ao certo ao que eu me referia ou percebessem quem eu sou.

Hoje vou explicar tudinho.

Imaginem alguém preso debaixo de um comboio. Atirou-se? Caíu? Está vivo, morto? Ninguém sabe, estas coisas acontecem sempre naquela fracção de segundo em que ninguém está a olhar. Na altura isso também não interessa nada, há que cumprir com os procedimentos inerentes à situação “Ser humano preso debaixo de um comboio”. Pára tudo. O comboio não mexe nem mais um milímetro. À que chamar uma grua, a PSP, o INEM e os bombeiros. E até a situação ser devidamente resolvida, nada mexe, ou seja aquela linha fica parada até normalização completa do cenário. O que depende desse mesmo cenário. É assim, se o sujeito não morreu (ás vezes uma pessoa tem tanto azar na vida que nem o suicídio lhe corre bem), a coisa até é minimamente rápida. Se o sujeito morre está tudo lixado. Aí há que chamar o médico legista, porque um corpo não pode ser removido sem o parecer do mesmo e estes senhores são sempre umas pessoas extremamente ocupadas, daí que quando conseguem chegar ao local duas horas depois da chamada a malta ainda agradece com vénias e efusivos “Obrigado pela sua celeridade doutor”.

Até aqui tudo na conformidade, certo? Errado….

Eu sou aquela que trabalha naquele gabinete que diz ser do cliente e onde o dito cliente se acha sempre dono e senhor da razão, seja qual for a questão que o atormenta.

Portanto, vamos lá tentar explicar que a circulação está parada devido a uma queda ou suicídio.

Mais uma vez parece fácil, certo? Errado….

Estas situações fazem sempre emergir o que de pior existe no ser humano e que no fundo de tão ridículo até chega a ser engraçado por parecer inverosímil perante o comum dos mortais.

Para além do típico reembolso dos bilhetes, os quais a Empresa se prontifica de imediato a trocar, existem sempre os típicos contestatários.

Se lhes dão outro bilhete, não lhes faz falta porque não pensam voltar a viajar, se lhes devolvem o dinheiro é porque estão a gozar com eles, porque neste momento já estão tão atrasados que precisam de apanhar um táxi e a quantia apresentada não chega nem para fazer parar o dito cujo.

E é neste ponto que os verdadeiros seres humanos se começam a revelar.

Exemplos simples:

. Ouça, nem quero saber o que se passa. Quero é chegar ao meu destino rápidamente e você vai ter de arranjar maneira de me resolver o problema.

. Olhe, eu não quero saber se alguém está preso debaixo dum comboio, isso é problema seu, neste momento quero é saber como é que você vai resolver o meu problema de deslocação

. Tenho um amigo meu preso numa carruagem em plena galeria já há dois minutos. Ele está a ficar claustrofóbico e com falta de ar. Portanto se há um suicida debaixo do comboio, caguem no gajo e cheguem o comboio à frente para que os outros possam sair. Se está morto ou vivo??? Isso é cagativo, se o gajo está lá é porque queria morrer, só estão a ajudá-lo, a ele e ao resto do pessoal que quer é bazar dali para fora.

Estes são pequenos exemplos do meu trabalho diário, perante o meu típico cliente que acha ter sempre razão independentemente das circunstâncias.

Perante isto, acho que devo continuar a insistir na máxima: Ele há pessoas fantásticas, não há!?