quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Oldies... Ou, recordar posts de outras épocas.

Porque hoje, voltei a passar por uma situação semelhante, que me fez relembrar este post, já um bocadinho esquecido.

O sexo e a base de dados
Mulher, quarentona, exibindo uma proeminente copa D, mas com pinta de macho camionista e um vernáculo à altura,.


Primeiro pensamento: Lésbica, macho alfa.

Reclamou, argumentou, contra-argumentou porque o seu passe estava literalmente feito em dois, mas ela não se achava no dever de pagar um novo.

Pedi-lhe o passe e a identificação para aceder à ficha de cliente, passou-me o passe para a mão enquanto procurava na carteira (tirada do bolso de trás das calças, pois tá claro) o bilhete de identidade.
Quando bati com os olhos no nome gravado no cartão li: António S.

Segundo pensamento: Alguém na produção de cartões fez asneira. Enganaram-se, trocaram o (a) por um (o) e transformaram aqui a madame num homem. Ok. Já trato dessa parte.

Entretanto, a senhora já tinha encontrado o BI, peguei nele e fiquei a saber... que tinha mesmo o prazer de estar a falar com... o Sr. António Manuel S..

Terceiro pensamento: Porra, afinal a única enganada aqui sou eu, isto é mesmo um gajo. Mas um gajo pá? Então não é suposto um gajo que vira gaja ser ainda mais feminino que qualquer verdadeira gaja? Bom se calhar é só um mito. Passa à frente...

Depois do problema solucionado e o/a cliente pelas costas, pude debruçar-me melhor sobre o assunto e perder-me nos meus pensamentos. Até porque, tinha de registar o atendimento no computador e a base de dados só me dava duas opções, masculino ou feminino, por qual das duas deveria optar?

O bilhete de identidade dizia tratar-se de um homem, mas a personagem ao vivo assemelhava-se a uma mulher (feia, porca e má... mas uma mulher) que não ripostou quando a tratei como tal. Fiquei num dilema... por um lado até podia ser um homem vestido de mulher, mas por outro até já podia ser toda ela mulher (pelo menos a copa D assim o afirmava) mas ainda sem oportunidade de mudar o nome. Fiquei baralhada... tenho amigos gay, amigas lésbicas, já conheci alguns transexuais, travestis e afins, mas nada se encaixava no género que não era carne nem peixe, era mais assim a modos que um pedaço de tofu… pode ser as duas coisas.

Liguei ao meu chefe, um senhor dotado de algum sentido de humor, contei-lhe a história e coloquei-lhe a questão: «Então chefe, onde ponho a cruzinha, no menino ou na menina?» E ele: «Olhe, deixe em branco...»

Mas na semana seguinte, quando acedi à base de dados, verifiquei que tinha sido remodelada e modernizada mesmo à medida dos nossos dias. Sexo: Masculino, Feminino e… Desconhecido.

2 comentários:

  1. :)
    Uma vez ia assistir a um julgamento em que um homem que tinha mudado para mulher, queria agora ver também reconhecida a sua identidade oficialmente. O novo Ela, aparentava ser uma mulher lindíssima de 40 e tal anos, enquanto a sua irmã, que tinha nascido mesmo mulher, de idade aproximada, tinha um ar de envelhecida pela vida e não se lhe comparava.

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  2. chamo a isso um NIM!

    Beijinho princesa e uma flor

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