sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fui publicada, mas...

Não, não se iludam, não publiquei um livro nem sou um novo Saramago no feminino. Mas acho que acabei de sentir na pele aquilo, que muitos verdadeiros escritores, por vezes devem sentir.

Passo a explicar. A minha empresa tem uma revista trimestral interna que é distribuída pelos trabalhadores. Durante o mês de Março, a minha chefe entrou em contacto connosco, dizendo que tinha sido incumbida de escrever um artigo sobre o gabinete onde trabalho e, que agradecia a nossa colaboração no sentido de relatar-mos uma história engraçada, daquelas que por vezes acontecem por lá.
Recordei de imediato um post que já tinha colocado aqui no blogue. Enviei-lhe o mesmo por email e a resposta foi imediata. Tinha adorado, era exactamente o que pretendia e ia enviar para apreciação. Fiquei contente, fiquei até feliz. Afinal, a minha chefe tinha gostado de algo escrito por mim fora do âmbito profissional. Mas… foi sol de pouca dura. Passados uns dias, acompanhado de um grande pedido de desculpas, recebo o texto de volta completamente esquartejado. Logo de seguida um telefonema com novo pedido de desculpas e a explicar que a coisa funciona mesmo assim. Também a ela, colaboradora de longa data da revista, lhe acontece. Todos os textos são revistos e efectuados cortes, nem tudo pode ser publicado, porque há certas frases ou palavras que podem ser mal interpretadas e, a revista é lida por uma comunidade de trabalho enorme onde quase todos se conhecem, o que torna a pessoa que escreve um alvo fácil de interpretações dúbias e blá, blá, blá…
Fiquei lixada, aquele já não era o meu texto. Ela pesarosa deu-me a oportunidade de retirá-lo, embora agradecesse que eu não o fizesse pois já tinha escrito o artigo baseado nele. Ponderei e acabei por deixar seguir.
Ontem saiu a revista. E lá vinha o meu texto realçado a azul, seguido do artigo da chefe. Pensei que quando visse o produto final iria ficar novamente contente… não fiquei. Nem contente, nem triste, nada. Olhei, vi, li e não senti nada. Mais tarde percebi porquê, não foram só as palavras que desapareceram, foi a Alma… aquele texto deixou de ser eu...


...

21 comentários:

  1. Pois...Compreendo que te tenhas levado a consentir a publicação. Mas com prazer observo que verificaste que foi um erro erro.

    Assim aprendemos. Ou nos aceitam como somos...Ou então nada. Sem cortes nem censura, por muitos que justificadas.

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  2. Pois imagino como te deves ter sentido... Nua!
    Era como eu acho que me sentiria numa situação dessas... É que era algo nosso e que de repente deixou de o ser!
    Infelizmente estas coisas acontecem...
    Mas já aprendeste algo!

    xoxo
    Lux

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  3. Mais, eu quando visse as alterações efectuados, as minhas palavras esquartejadas, não deixaria publicar!
    Mas isso sou eu, que dizem que tenho mau feitio...

    xoxo
    Lux

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  4. Percebo-te...

    Beijinhos

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  5. VERDADEIRAMENTE INJUSTO.
    NÃO DÁ VONTADE DE ESC REVER MAIS...
    JINHOS FOFOS

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  6. Pois, deixou de ter a tua essência e já não te identificaste nele...é triste.

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  7. Faziam-me quase sempre isso na revista de Filosofia da escola secundária onde andei. Imperdoável, o texto deixa mesmo de ser nosso. :(

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  8. É tão triste quando vemos que desvirtuaram algo que criámos, que era nosso...
    E acho uma patetice isso das interpretações dúbias, mas infelizmente há pessoas a quem os carapuços servem, mas em vez de verem isso como forma de melhorar, optam pela estupidez que fazer da pessoa que apontou um autêntico target...

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  9. Eu já não sou publicada aí há um ano mas só me fizeram isso que disseste uma vez. Fiquei danada, ainda por cima foi uma colaboração também gratuita para uma revista aqui de Braga, nunca mais lhes escrevi nada, o texto já não era meu com uns cortes que lhe fizeram e umas palavras mudadas, para nós que o escrevemos achamos sempre que fica pior.

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  10. Enfim... entendo perfeitamente! que desconsolo.
    Deixa lá, nos aqui temos a sorte de devorar as tus palavras tal como tu as escreves :) bjs

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  11. Bella,

    Boa tarde!

    É um imenso prazer aparecer aqui. Aliás, ler e reler seus textos é algo por demais regozijante. Gosto do seu blog. Agora já estou dentro de vez, te 'perseguindo'. Aproveito o ensejo para convidar-te a visitar meu espaço de poesias. Dê uma passada por lá e deixe seus coments. Vou gostar de sua iluminada presença no meu cantinho. Aqui te prometo voltar, pois adorei seu bello sítio. Tenho um excelente fim de semana, bem proveitoso. Abraços,
    João, poeta.

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  12. Oh :( Não te importes em instituições funciona sempre assim, não devia, mas funciona... Resta os teus bons textos com alma aqui :) Beijus

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  13. ok... ( se a vida fosse mais leve, até poderia ser assim: ) e no final do texto, dizia assim:

    ... e portanto, meus caros colegas, isto é só um prefácio. O(s) verdadeiro(s)texto(s) estão aqui... www.subterraneosdaalma.blogspot.com

    Não estão destacados a azul e nem sempre agradam a gregos, quase nunca aos troianos. Mas são os MEUS textos.

    Pronto, está dito.

    Um óptimo fim de semana para ti,

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  14. Oi minha querida, como você está?
    Te desejo uma linda semana cheia de muita paz, muito amor e muita felicidade. Que seu dia de domingo seja o dia mais belo de sua vida e que você possa aproveitar a vida com muita ternura. Bjus...

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  15. Pois, se fosse comigo também ficaria assim...

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  16. Um situação muito injusta para quem escreve, mas serve-nos de lição.
    Continua a escrever para quem gosta de te ler a 100%, sem cortes ou alterações.
    Beijinhos.
    Luna

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  17. Bella Querida
    Passei para te dar uma beijoka fofa.

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  18. Esta net anda toda lixada enviou o meu comentário sem o terminar, bom é que a beijoka era solidaria contigo, e dizer-te que esta vida é assim mesmo cheia de injustiças.
    Beijokinha

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  19. Lamento que te tenham destruído a alma do texto. Mas não vale a pena ficar a pensar mais nisso. A vida continua. Para a próxima, impõe a condição de publicarem como está ou então não publicarem.

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